terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Terça-feira 27 de Janeiro de 2009







O dia hoje foi de pesquisa.
Leitura.
Trabalho.
Estou a fazer uns recursos contra-ordenacionais.
Não me estão a "sair" bem.
Não flui.
Não consigo "pôr" no papel.
Se é assim, é porque os argumentos não são bons.
Pelo menos não estão claros na minha cabeça.
Logo, tenho de recomeçar.
O que me cansa.
Os prazos. Os prazos. A nossa BESTA NEGRA.

Falamos de quê?
Notícias.
Same old, same old.

Lá começou o novo "Ano Judicial."
O "Estado da Justiça".
e
ETC.

O Sargento e a Esmeralda.
A Joana e a Maddie.

"Os Tribunais têm de dar resposta" - Diz o Presidente da República.

Acho bem.
Não sei é como.
Mas isso sou eu que sou resmungona e tenho mau feitio.

Se é um Estado de Direito, o povo tem de confiar nos Tribunais e nas suas decisões.
Só assim é que estas serão respeitadas.
Para serem respeitadas têm de ser entendidas.

É aqui que "porca torce o rabo".
Quando não se explica. Ninguém entende.

Por exemplo no caso "Esmeralda".

Claro que o primeiro sentimento de toda a gente é simpatizar com aquele casal a quem a filha foi "tirada".
Vamos com calma.

Como é que se Adopta em Portugal?
Digo-vos como NÃO É.
Não é com um "documento" num Cartório.
Uma espécie de "Escritura Pública" onde se entrega uma "coisa".

É mais difícil.
Tem de existir um processo junto da Segurança Social.
Tem de existir o consentimento da "família".
A "família" tem um prazo onde se pode "arrepender".

Mesmo que a "família" não exista.
Mesmo que os pais sejam totalmente incapazes para tomar conta da criança.
Isto é terrível, mas é assim.

Deixem-me também dizer, para ser clara, que toda a gente sonha adoptar "bebés Nestlé".
Não há assim tantos.

A maior parte das crianças que estão "institucionalizadas" não o são.

"INSTITUCIONALIZADAS"
Abomino o conceito.
Tenho grandes "pegas" com as senhoras da Comissão de Menores por causa disto.
Até com os Juízes.

Uma Senhora Doutora Juiz disse (palavra de honra) que não entregava a Custódia de dois irmãos aos avós porque, passo a citar, "só entregava Custódias a pais".
Para vos situar, os progenitores (mulher e homem) nunca tinham "tomado conta" dos filhos.
Disseram isso mesmo na conferência.
Quem tinha cuidado deles eram os avós paternos, que requeriam a Guarda.

Podiam ser excelentes pessoas.
Como pais eram uns incapazes.
Desculpem lá a violência, mas era A VERDADE.
A Senhora Doutora Juiz entendia que, uma vez que os pais não queriam saber, as crianças deviam ser "institucionalizadas", independentemente da vontade dos avós.

Não concordei. Nem concordo.
Acho que se existir uma família de origem, capaz, sejam avós, tios, madrinhas, padrinhos, o que for, é sempre preferível a serem "institucionalizadas".

Não é que as instituições não funcionem bem. Conheço algumas e funcionam.

Uma criança tem de ser amada só por si.
Ter um colo só seu.
Numa instituição, mesmo com muito boa vontade, sendo toda a gente uns queridos e umas queridas, não é possível!
Não há braços que cheguem para tantos.

A maior parte das crianças "institucionalizadas" disponíveis para adopção, não são bebés.
Têm mais de três anos.
Não são brancas e louras.
São muito novinhas mas têm já "passados".

E...

Amanhã continuamos.

Hoje vesti:

Saia sem marca de uma lojinha de bairro;

Camisa LANIDOR;

Casaco STEFANEL;

Sapatos PEPE JEANS;

Anel é do V&A, mas existem iguais em muitos lados;

O fio é especial, comprei numa loja que já não existe.
Na "minha" praia. NAQUELA que eu amo.
Sim.
Amo praias.

Mala MANGO;

1 comentário:

Thales e Graziela disse...

Oi Portuga querida,

que bom seria se o mundo fosse cor de rosa como seu lindo casaco... Cá no Brasil o drama dos menores carentes e abandonados é terrivel. Somos um paíse mestiço e podes imaginar quão poucos "bebês nestle" são adotados e quantos negros, mulatos e mais velhos ficam para trás. Aqui a burocracia pude quem quer adotar e não pega aqueles que "podem" desobedecer a lei. Cá temos o que se chama de "adoção à brasileira", quando os casais pegam o bebê de mulher carente assim que nasce e registram como se deles fosse. Não pode mas é comum e tolerado. Também tenho visto casos de falta de sensibilidade, de frieza do judiciário. Exemplo: a assessora de imprensa de um hospital se apegou muito e cuidou bastante de uma criança abandonada (filha de moradores de rua) que passou meses internada para tratar da saúde frágil. Durante esse tempo os pais nunca apareceram (eram drogados e sem casa), a assessora, que já era mãe, entrou com a papelada para ter a guarda provisória até que o processo de adoção pudesse ser concluído. Os juízes negaram, mandaram a criança para uma instituição e disseram que a fila de adoção tinha que ser respeitada. A assessora, que conheço e tentei ajudar, ficou de dar dó, inconformada tentou de tudo e não conseguiu ficar com a criança. Agora me diga, o menino ficou internado, estabeleceu um laço de afeto, tinha a chance de viver com uma família amorosa e isso tudo não é contemplado pela justiça?? Aqui eles dizem que não é bom a criança criar laços e depois correr o risco de vê-los rompido, ma não é assim com todos nós?? Juro que não entendo e não aceito.
Acho que sim, é preciso tomar todo cuidado na análise de casais, pais, avós e candidatos a adoção em geral, mas preferir instituições (por melhor que seja) a pessoas dispostas e capazes de amar e cuidar... É o fim.
Boa sorte aí na sua batalha. Que Deus ilumine suas idéias e seus argumentos.

beijinhos, Graziela