quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quinta-feira 29 de Janeiro de 2009







O dia foi tão mau que devia passar em branco.

Não é assim que funciona.
Por isso aqui estou.

"Fiz" um divórcio.
Na Conservatória.
Mútuo consentimento.
Casados desde 72.

Fácil de fazer.
Difícil de suportar.

Fui a um funeral.
Uma amiga do meu sogro.
Cancro.
Insuportáveis as lembranças.

Ele morreu de cancro.
A minha mãe teve cancro.
Não vou falar disto.
Noutro lugar, talvez.

DECIDI:

NÃO patrocinar as raparigas.
Não estar ao lado delas na sua pretensão.

Consciência.
Honra.

Honrar a minha TOGA.

Honrar-ME.

Tentei falar com elas.
Argumentar.
Fazê-las desistir.

Falei com a irmã da "companheira" da mãe da criança
Já a tinham "convencido" (nas minhas costas, sem me dizerem) a assumir-se como "TUTORA".
A comprometer-se perante o Tribunal que "tomaria conta" da criança até elas terem "condições".

Perguntei-lhe porquê.
"Sou mãe. Não se tira o filho a uma mãe."

Também eu.

Elas NÃO.

Mentem.
Trapaceiam.
Enganam.
Não merecem.

Têm (entre as duas) QUATRO filhos.
Se querem "brincar" às mães, não chega?
Para quê mais um?
Para estar "sinalizada"?
Para quando tiver quatro anos, (ou oito) ir para uma instituição?

Desculpem.

Sei que existem muitas ilusões nesta questão da Adopção.
Digo-vos: crianças com mais de três anos raramente são adoptadas.

Disse-me:
Que tinha dois filhos.
Divorciada.
Ordenado mínimo.
Renda de casa.

EU

Se a entregarem para adopção dão-lhe um futuro.
Branca.
Recém nascida.
Sem problemas de saúde.
Mesmo depois do que a mãe lhe fez.
Há muitos casais que esperam por esta BÊNÇÃO.

Quem sou eu para tomar essa decisão?
Não sou.

Por isso me afastei.
Para não ter nenhum tipo de "poder".

Vou fazer o que puder.
DE FORA.

Estarei a "atraiçoar"?
A faltar aos meus DEVERES deontológicos?
Não sei.

Não estou LÁ dentro a "minar" o processo.
Não estou a pôr-lhe entraves.
Para o bem e para o mal, não estando LÁ, não influencio quem tem o dever de decidir.

Sabem que mais?

O marido entrou aqui agora mesmo.
Quando vos escrevo é sempre "secreto".
Não costuma interromper.

Veio dizer-me.

Encontrei uma coisa que tens de ver.
No you tube.
Tens mesmo de ver.

Fui ver.

Vão também:
Playing for change: song around the world. "Stand by me".

Acho que é um sinal.

OBRIGADA.

Hoje vesti:


Camisa branca ZARA;

Jeans MANGO;

Sapatos PEPE JEANS;

Mala MANGO;

Gabardina de flores COLCCI;
É a que gosto mais.
Foi por isso que a vesti.
Para ficar com outro ânimo.

Já O tenho.
Tenho a minha resposta.
Faz-me SENTIDO.
Não preciso de mais.
Não posso mudar o mundo.

Mas posso perdoar-me a mim.
Beijos.

2 comentários:

Colérica disse...

Oi Pequena!
A vida realmente pode ser bem dura conosco em algumas profissões.
Sou professora de uma escola pública, trabalho com adolescentes, e enfrento coisas deste tipo; vejo "casos" de "família" como estes, de pais, mães, crianças esquecidas mesmo dentro de uma "família" (como se atrevem a chamar assim??), drogas, aborto, gravidez em meninas que sequer esqueceram ainda como é brincar de boneca.
Num dia como hoje, difícil e que certamente exigiu todo teu espírito (não só tuas habilidades profissionais, que imagino serem muitas e abençoadas, só posso te enviar um grande abraço de uma amiga "virtual" distante mas que te tem em grande estima.
E pensando na "gabardina" de flores, qualquer roupa da Colcci pode alegrar um dia assim. Compraste a tua na Europa ou no Brasil?

Unknown disse...

Um beijo de bom fim-de-semana.