sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sexta-feira 20 de Fevereiro de 2009













É CARNAVAL.

Se eu não trabalhar...
Ninguém leva a mal!

A minha melhor AMIGA.
Juiz numa Comarca loooonnnnggggeeee daquela onde estou inscrita.
A quem já não via desde o Natal.

("Falamos" todos os dias.
Mails e mensager como os miúdos.)

Depois do almoço.
Estava à minha espera.
Sem me avisar.

Vinha passar o fim-de-semana.

Fechei tudo.
Fomos "tricotar".

Conversas durante a tarde toda.
Numa esplanada.
Pé na areia.

Café.
Chá.
Risos.

As saudades que nem sabia que tinha.
A sorte que tenho.

Fomos à "PRAIA".

Na barra lateral vão ter uma "marchinha" cá da terra.

Têm de ouvir.

"Cá da terra" como quem diz.

Da praia.

Onde fomos à Esplanada.

A "praia" é a Nazaré.

As pessoas têm um "linguajar" e um sotaque próprios.

Costumo dizer que é por causa do mar.

Sou "Paleca".

Quer dizer que não sou da PRAIA.
Qualquer nazareno sabe disto.

Os "Palecos" são uns "tótós".

Não me importo de ser "paleca" nem "tótó".

Acho graça às mulheres de sete saias.
De língua afiada.

Tive uma cadeira de antropologia.
Não comecem já:
"Valha-me DEUS! Mas por onde é que esta andou?"
Antropologia fazia parte das cadeiras do meu primeiro Curso.

Tenho muitos "amores".

Para um trabalho:
"Estudei" a "questão feminina" na Nazaré.

As mulheres da Nazaré sempre tiveram um papel "diferente".

Não entravam nos barcos para pescar ("dá azar").
Vendiam (vendem) o peixe.
Eram (são) quem comandava a "vida" quando os homens estavam na pesca do bacalhau.
Nos mares da Noruega.
À séria.
Que isto não é publicidade.

Muitos meses.

Cuidavam dos filhos.

Dos pais.

No Inverno, eram elas quem ia "ao prego pôr os ouros" para poderem (todos) comer.

São mulheres de fibra.

Faz parte da "lenda" brigarem umas com as outras.
Levantarem as saias e darem palmadas no rabo.
Desafiarem.

"'moooree" em vez de AMOR.
"HA! 'miga!" em vez de AMIGA.

Dito com som de mar.

Foi-me explicado por um responsável pelo museu a questão das "sete saias":
Tem a ver com o número sete.

Místico:

Sete ondas.
Sete mares.
Sete pecados capitais.
Sete as artes.
Sete notas musicais.
Sete dias para a criação do Mundo.
Sete as cores do arco-íris.
Sete os dias da semana.
Sete as maravilhas do mundo.
Sete os anões da Branca de Neve.
Sete foram as quedas de Jesus a caminho do Calvário.
Sete são os braços do Candelabro Judaico.
Sete palmos de terra
Sete as linhas dos ORIXÁS (não é verdade?).
Sete o número de palavras na última frase de Cristo na Cruz:
"Pai em tuas mãos entrego meu espírito."

O Sete também é muito importante na Cabala.
Têm de falar com a MADONNA.

Para além disto tudo:

A VAIDADE das mulheres.
Sim.
Pela vaidade.

Haviam de ver os aventais.
E os "ouros".
O que elas cultivam esta tradição.

Todas têm as "sete saias".

Uma das minhas amigas.

Advogada.

Tem as suas.
Veste-as em dias "de festa".
Bordou um avental.
Haviam de a ver "ensaiada à moda da praia"!

O que eu gosto no meu país é ISTO.

A minha Portugalidade é esta:

O traje de noiva minhoto.

O traje das nazarenas.

O traje académico.

O Cante alentejano.

As migas.

A sardinha no pão.

O alho porro.

As "misturadas" da minha terra. (sopa de feijão com couve)

O fado.

Amália.

Camané.

Carlos do Carmo.

Ana Moura.

O Pessoa.

O Lobo Antunes.

O Camões.

A Agustina.

O Eça.

Os Clã.

O Sérgio Godinho.

O Fausto.

O Zeca.

Uma REVOLUÇÃO com flores na "boca" das espingardas.

Querem mais bonito?

Não gosto do "Novo-Riquismo".

Não estou a falar das casa tipo "maison".
Essas são respeitáveis.
Têm a ver com quem nunca teve nada.
Com quem SAIU para trabalhar.

Do que falo é:

Do Portugal que conhece "Nova Iorque inteirinha":
do quintal lá de casa.

De ar ligeiramente "blasé".

A tacanhez.

A inveja pequenininha.

Não.
Não me dêem isso.

"Marchinhas".
Sim.

"Marchinhas".
E
"Ensaiados".

As letras são sempre engraçadas.
Críticas.
Sarcásticas.

Cada terra tem o seu grupo.
Cada grupo a sua marcha.

Há um "mote".
Comum a todas.

O deste ano é:

"C'i ra ré vai't amarar"

Não sei o que quer dizer.
Qualquer coisa ligada aos barcos?

Oiçam.

Vão ver que é divertido.

Escolhi as "Maltezas":

O "traje" que usam é inspirado no seu traje regional.
Com "laivos" minhotos e madeirenses. (parece-me)
Do grupo faz parte a minha amiga.

"Malteza" era o que o meu avô me chamava quando era pequena.
Acho que é uma maneira carinhosa de chamar "malandra".

Como se fosse:

"Malandrinha" com uma piscadela de olho.

"'Nhas MALTEZAS":

Divirtam-se HORRORES neste Carnaval.
Rebolem muito.

Cuidado com as deslocações da bacia.
Não torçam os pés.

BOM-FIM-DE-SEMANA!!!!!!!!!!!

Hoje Vesti:

Saia florida H&M;

A Michelle Obama tem uma igual.
Acham que comprou na H&M?
Usou-a para as férias no Havai.

EU comprei primeiro.
AH! AH! AH!

Camisa H&M;

Casaquinho H&M;

Casaco de agasalho LANIDOR;

Alfinete PARFOIS;

Sapatos sem marca;

Mala sem marca;










1 comentário:

Thales e Graziela disse...

Querida,

estive em Portugal para uma reportagem sobre os quinhentos anos do descobrimento do Brasil pelos portugueses. Foi tão especial. Não conhecia. Ví tanto de nós aí, a sensação de visitar casa de antepassados, de ver nossa hsitória comum. E na reportagem falei das mulheres de Nazaré, das viúvas, das noivas, das roupas. Entrevistei uma estilista moderna de nome Fátima e sobrenome que esqueci. Na ocasião botei um xale português que amo; branco, com flores coloridas bordadas e franjas compridas. Comprei um blazer azul da Fátima (vou conferir o nome). Vou tirar uma foto com o xale e te mandar. Vais ver que esse teu Portugal é também de alguma forma nosso.

beijos, Graziela